terça-feira, 7 de setembro de 2010

viajando na leitura

De volta ao passado




Sempre falo que ler, é viajar por outras terras, ou países, Por outro mundo viajar também é voltar ao passado. Eu que escrevi dois textos intitulados, o sertanejo, um cordel, e um conto, lendo o maravilhoso livro de José de Alencar, O Sertanejo, viajei, voltei ao passado e voltei a minha terra, andei pelas trilhas e veredas do meu sertão cearense.

Quem conhece Francis Gomes o poeta e cordelista, sabe um pouco da paixão que tenho por minha terra, o meu orgulho de ser nordestino, mas talvez não perceba a imagens lindas do meu sertão que trago dentro de mim, que às vezes tento apresentá-las em meus textos nem a tristeza por viver longe desta terra querida.

Lendo o livro, o sertanejo, voltei às trilhas e veredas do meu sertão, foi como se eu tivesse sentado a calçada de nossa velha casa a beira da estrada as margens rio Amaro no sitio Várzea.

Lá eu sentava ou deitava na calçada de barriga pra cima, braços abertos, olhando o céu observando os pássaros voado procurando algum lugar onde dormir, vendo aquela bola prateada, uma mistura de vermelho com amarelo que formava esta cor difícil de descrever ao certo, era o sol se pondo atrás da serra. Os pássaros alem de formarem nuvens no céu azul, também era como uma orquestra voando entre as nuvens.

Os urubus voavam tão alto que às vezes ficavam entre as nuvens, as andorinhas estas eram tantas voando juntas que eu tentava contar, mas impossível, pequenas grandes subindo e descendo.

E lá na beira do rio, nas moitas de mufumbo, nos pés de oiticica cantavam os pássaros pretos, os sabiás, o azulões, cancãos, o bico de osso e muitos outros pássaros mais ariscos.

E astro maior continuava de escondendo por trás dos montes, a noite ia chegando às estrelas começam a surgir no céu azul, os cantos dos passarinhos davam lugar aos da cigarras dos grilos dos sapos.

Eu ficava contando as estrelas, observando à rainha da noite que surgia elegantemente, deslumbrante enamorada dos amantes e musa dos poetas, a deusa da noite.

Enquanto isso, os vadios pirilampos entre as folhas passeavam entre as folha das árvores, enquanto isso meus olhos iam se fechando, eu ouvia na fundo uma voz bem longe a me chamar, era mamãe me chamando para deitar, mas eu dormia ali mesmo, até mamãe ou papai me levarem para rede.

Amigos depois contarei outros momentos maravilhosos que passei na minha infância no meu nordeste, e olha que foram muitos.





Francis Gomes

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