terça-feira, 21 de setembro de 2010

Meu povo, minha vida, ninha história.

Meu canto




Alguns amigos me chamam de poeta

E outros me chamam cordelista

Meus parentes me chamam por meu nome

Mas o meu povo me chama de artista.



É por isso que eu canto o meu povo

Suas dores, alegrias e tristezas

Não escondo os indecoros que existe

Mas me esforço para cantar as belezas



Desta terra desprovida de um rei

Onda a lua toda noite faz clarão

E o sol impetuoso fere forte

Como carrasco deste povo e deste chão.



Mas este povo, esta nação sem bandeira

É como o sol rompendo a aurora a cada dia

Muitas vezes são deuses de si mesmos

Infelizes estandartes da alegria,



Impávido heróis sem honra ao mérito

Gênios que a pátria não os reconhecem

Filhos legítimos de um rei

Bastardos na miséria em que perecem



Em uma terra rica por si mesma,

Cheia de fontes, rios, açudes e mar

Céu azul, sol brilhante, verdes colinas

Noite estrelada e uma lua a clarear



E nesta terra é possível ver a aurora

E o arrebol que forma o sol ao entardecer

Ouvir cantar, cigarras, grilos e passarinhos

E ver vadios pirilampos ao anoitecer



Por isso canto cada canto desta terra

Os campos, as selvas, a luz, o escuro

Canto este solo, este povo bravio

Livre pra morrer sem ter futuro



Se cantar a minha terra é loucura

E ser poeta patriota é ser maldito

Me desculpem outras terras outros povos

Mas só a morte pode calar o meu grito



Porque não existe uma terra mais bonita

Nem existe um povo tão valente

Quem quiser que cante sua terra

Eu, porém canto a minha e minha gente.



Francis Gomes

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