quarta-feira, 31 de julho de 2013


De estação terminal a imortal

Para sair
Da estação terminal,
Vencer crises e conflitos
Do universo masculino
Só mesmo com o jeitinho brasileiro
E a ginga africana.
Mas, para
Com um único disparo
Lançar 85 letras,
É preciso ser
Graduado em marginalidade.
Ao mesmo tempo,
Alguém capaz de
Me fazer lembrar
Peripécias de minha infância
Por meio da escrita,
E ainda fazer esta
Literatura nossa,
De periféricos e favelados,
Ser reconhecida como literatura do Brasil,
Eu o comparo como a água do rio
Que serpenteia entre um vale e outro
Sem nunca ser a mesma
Até desaguar na imensidão do mar
Para ser eternizada.

Francis Gomes

Ao amigo e Escritor Sacolinha.

segunda-feira, 29 de julho de 2013


O nordeste está órfão o trono vazio, os céus em festa e a terra triste

No nordeste, a ausência da chuva a seca que castiga não derrota o bravo sertanejo que sempre encontro motivos para sorrir e cantar. Festejar a própria miséria e sorri da sua desgraça parece ser isso que o sertanejo faz melhor.
Zombar dos empecilhos da vida e driblar o destino para sobreviver a meio tantos desatinos que a vida oferece. Mas há uma força superior a qual o heroico sertanejo não pode vencer.
Salomão bem escreveu quando disse que nenhum homem tem domínio sobre o espírito para retê-lo nem tem poder sobre o dia da morte nem há armas nesta peleja. E é por isso que o nordeste está órfão e o seu trono ficou vazio os céus em festa e a terra triste.
Primeiro foi o rei do baião Luiz Gonzaga, e agora o príncipe do forró, Dominguinhos.



 E como eles mesmos cantaram:
 Forró no escuro,
Deus lá de cima viu
Que aqui tava bom de mais.
No nordeste que sem pré foi
Mel e fel
Ficou sem rum nem prumo,
Como não tem jeito que dê jeito
Nem adiantou
Olhar pro céu
Cantar viva o rei
Alvorada da paz e
Apelo ao soberano,
Porque eles já tinham
Um lugar ao sol.
Deus tocou no nosso ponto franco
E recolheu a última estrela
De volta ao seu aconchego
Depois da asa branca
A estrela Gonzaga
Dominguinhos,
Sem se despedir de mim disse:
Não prende minhas asas,
Tô indo embora.
Vou voltar
 A casa grande.
Deixou uma saudade matadeira,
A sanfona sentida
E foi cantar viva ao rei
Na nova Jerusalém
Na cabana do rei
Um baião de dois
Com a estrela Gonzaga.
Enquanto tem festa no céu,
Pra nós só resta dizer
Valha me Deus, senhor são Bento.
E chorar no umbuzeiro da saudade
A triste partida
Do baião que vai
A festa dos santos réis.


Francis Gomes

 

 

 

 

quinta-feira, 25 de julho de 2013



Osculo da lua no sol


Deus eu Ele foi opulento
Quando ele te fez assim
Uma criação perfeita
Do começo até o fim
Ao invés de uma rosa
Fez de você um jardim

Mil faces e mil metáforas
Impossível de saber
Desejável  como o sol
Enigmática sem querer
Lírios dos verdes campos
Aurora do amanhecer

Pérola  que os homens veneram
Ósculo da lua no sol
Música que os deuses fizeram
Aldebarã que os astros puseram
No crepúsculo de um lindo arrebol

E assim você foi à rima
Lirismo e musa de minha poesia
Me perdoe se eu não fui capaz
De fazer como você merecia
Sei que ela não ficou completa
É que ainda não sou um poeta
Faço versos só por teimosia

 

 Francis Gomes

terça-feira, 16 de julho de 2013

PARA  QUE SE ACHA VELHO, E PARA OS QUE NÃO RESPEITAM OS VELHOS; QUE NA VERDADE NÃO SÃO VELHOS, SÃO CONHECIMENTOS AMBULANTES. ESTA É MINHA RESPOSTA.


Velhice

A velhice não deprime,
Até porque não é crime
E ainda me envaidece
E as rugas quando vêm
Me engrandece também
Ao passo que aparecem
Porque elas me promovem
Ser mais sábios que os jovens
A medida que elas crescem.


Francis Gomes

domingo, 14 de julho de 2013


Aritmética da vida

O tempo passa
Vão-se os dias
E a vida, esta aos poucos
Vai escapando de nós
Como a água que não se pode prender
Na palma das mãos
Sem que escape por entre os dedos.
Nem percebemos.
A vida é inversamente proporcional ao tempo.
Cada dia a mais que vivemos
É um dia a menos para se  viver.
Para relógio da vida somos inúteis.
Tudo gira em torno da matemática,
Das simples e básicas operações
Da velha tabuada, mas nunca a nosso favor.
A renda não é dividida entre os pobres.
O salário dos homens de ternos,
São somados aos muitos benefícios
Mas nunca chega a um coeficiente exato.
As dividas do trabalhador multiplicam-se.
E da pequena remuneração é subtraído
Os encargos, para matar
 A insaciável fome dos leões.
A aritmética da vida é injusta.
E quando se tira a prova,
De um a nove sobe,
O pobre desce, e é tirado fora.
E assim o tempo passa,
Vão-se os dias,
Morremos sem viver.

Francis Gomes

 

 

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Um novo cordel vem surgindo


Meus queridos em breve estarei lançando um novo cordel. O 20º até agora. Para quem conhece meu trabalho deve lembra-se do personagem Evandro, no cordel, MALANDRO, E AVENTURAS DE EVANDRO E EU. Pois bem, resolvi fazer mais uma história da saga destes personagens.  Está quase pronto.  O SEGREDO E EVANDRO E EU.

Vou deixar apenas algumas estrofes para despertar a curiosidade, mas acreditem quem leu, gostou muito e riu bastante.

 

O segredo de Evandro e eu
 
 Que me conhece, conhece.
Também me primo Evandro
Nós sempre estivemos juntos
Fosse vendo ou comprando
No mato nas ruas nas pistas
Nós éramos grandes artistas
Só quando tava aprontando

 Mas na vida é deste jeito
Nem sempre a gente ganha
Tem dia que a gente bate
Tem dia que a gente apanha
Até pra quem só apronta
A sorte ás vezes é contra
E mosca pega aranha...

 ...Com nós não foi deferente
Também não podia ser
Até pra quem sempre ganha
Chega o dia de perder
Eu até que fui poupado
Mas Evandro o coitado
Só mesmo vendo pra crer


O forró da Dona Tinha
Era muito afamado
Ia mais mulher que homem
Ou forró abençoado
Até feio como eu
E Evandro primo meu
Era bem requisitado...

...Pois é, a vida aprontou,
Com o meu primo Evandro
Ele que se achava
Um dom Juan e malandro
No forró da dona Tinha
Ele namorou Sandrinha
Que cá pra nós era Sandro

 Mas este é um segredo
Que eu e Evandro tem
Só quem sabia era eu
E agora vocês também
Pra não perder a amizade
Eu peço por caridade
Não contem pra mais ninguém...

 Trancado a sete chaves
Evandro sempre escondeu
Se perguntar ele nega
Diz que nunca aconteceu
Que isto não foi com ele
Mas sim com o primo dele
Que neste caso sou eu...

 

Francis Gomes

Sarau literatura Nossa


Meus queridos para quem pensa que nós paramos, se engana, estamos cada dia mais vivos, somos como erva daninha, quando mais tentam nos cortar mais crescemos. Por isso tenho o grande prazer de vos convidar a participar do nosso próximo sarau na próxima sesta feira 19/07/2013 no  endereço abaixo.

 

Beijos no coração de todos.

 

Francis Gomes

 

Sarau LiteraturaNossa

Literatura, Música, Teatro, Dança e Artes plásticas

Sorteio de livros, CD's e outros brindes

 

Chega junto que a sua presença é muito importante!

 

Dia 19/7, sexta-feira - das 19h30 às 21h30

Local: Casa do Norte Santo Expedito II

Rua Bandeirantes, 743 - Jd. Revista - Suzano - SP

Em frente ao Mercado Explosão

Informações: (11) 989509446 - Débora (11) 981531978 Sidney Leal

 

sábado, 6 de julho de 2013

Fotos do enterro do Secretário de Cultura de Suzano Saumi











Artistas enterram secretário de Cultura de Suzano, Suami de Paula Azevedo
Com um ato pacífico e cultural artistas da cidade enterraram simbolicamente Suami de Paula Azevedo.
 Artistas de Suzano fizeram na tarde desta sexta-feira (05/07), o enterro simbólico do Secretário de Cultura, Suami de Paula Azevedo. O ato pacífico e também cultural aconteceu no Centro de Educação e Cultura Francisco Carlos Moriconi na tarde desta sexta-feira (5), das 16 às 18 horas e pediram esclarecimentos sob a atuação do secretário, considerada tímida e inexpressiva pelos artistas. Com frases como "Meu caro Suami a Sorborne não é aqui", "Suami está suamindo com a cultura” e "Suami, vê se assume ou vê se some", os manifestantes pedem diálogo e mudanças na área
   Segundo os participantes o motivo do enterro foi a falta de diálogo com a classe, a não realização da Conferência Municipal de Cultura, a contratação de um planetário (tenda inflável) no valor de 1 milhão de reais e a perseguição aos artistas da cidade.
O secretário não estava na secretaria e após duas horas de manifestação, os artistas foram recebidos pela assistente do secretário, que prometeu uma reunião para a próxima quinta-feira (11), onde os entre os itens principais da pauta, segundo Débora Garcia, presidente da Associação Cultural Literatura no Brasil, estão a realização da Conferência Municipal de Cultura e as explicações sobre o Planetário no valor de 1 milhão de reais.
“Não abrimos mão de realizar esta conferência. E não podemos ser vistos como cidadãos que deixaram passar batido o aluguel de uma tenda inflável no valor de 1 milhão de reais”, diz Débora.
   A reunião com secretário deverá contar com representados de uma comissão composta por artistas de diversos segmentos que estão articulando a Conferência Livre de Cultura, sendo uma conferência a ser realizada pela classe artística da cidade, caso o poder público mantenha a decisão de não realizar a mesma.
“E se a situação continuar do jeito que está ou piorar, vamos fazer a missa de sétimo dia”, destaca o escritor Ademiro Alves, o Sacolinha.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Enterro em Suzano

Agora escritores promovem enterro do secretário


Secretário de Cultura de Suzano, Suami Azevedo, será enterrado depois de velório ocorrido no mês de abril no Jd. Revista em Suzano.

A Associação Cultural Literatura no Brasil, cansada dos erros da secretaria de cultura de Suzano, comandada por Suami Azevedo, promove agora o enterro do secretário. O enterro em forma de protesto ocorrerá no começo de julho, época que era para ser realizado um projeto importante na cidade, a Conferência Municipal de Cultura.
O escritor e cordelista Francis Gomes, vice-presidente da entidade comenta a necessidade deste ato "Havíamos feito o velório e deixado o enterro para depois, mas não imaginávamos que viria um erro grave em tão pouco tempo assim. Desta forma iremos enterrá-lo de vez. Pra gente já deu", declara o cordelista.
O que resultou no velório ocorrido em abril foi a falta de diálogo com a classe artística e o fechamento do Teatro Contadores de Mentira que, segundo os escritores, teve a participação do secretário.
Agora os motivos são muitos, além da contratação de uma tenda inflável (planetário) no valor de 1 milhão de reais e que não tem utilidade alguma para os cidadãos suzanenses, o secretário continua em cima do pedestal, continua não atendendo os artistas e ainda por cima decide não fazer a Conferência Municipal de Cultura. E o pior é que resolveu articular na surdina a participação de Suzano na conferência de Mogi das Cruzes, sem falar com os artistas e ainda por cima indicando as propostas e os delegados que irão representar Suzano. Ou seja, "a incompetência do secretário é tanta que além de querer tomar de conta da Virada Cultural de Mogi, já que Suami não consegue o projeto para Suzano, ainda quer tomar parte da conferência mogiana", comenta Francis Gomes.
Segundo Sidney Leal, escritor e diretor da associação, "Não realizar a conferência é dizer ao Governo Federal que não tem interesse em participar do Sistema Nacional de Cultura e com isso não teremos direito a receber verbas do MINC, da FUNARTE e da FBN." fala o escritor.
Antes de enterrar de vez o secretário os participantes do ato colocarão no caixão a Tenda inflável de 1 milhão de reais, a arrogância do secretário, a exposição do Michael Jackson e a Marisa, secretária do secretário e que blinda Suami sempre que alguém tenta conversar com ele.
Segundo os organizadores haverá também um sarau cultural, com a presença de todos os artistas que estão insatisfeitos com a má gestão do secretário. 
Se ainda assim o prefeito Paulo Tokuzumi não tomar providências frente a essa nova falta de Suami, os organizadores farão a missa de 7º dia como a um novo protesto.
"Sabemos que ele só continua no cargo por proteção da vice-prefeita, Viviane Galvão. Mas até que ponto compensa o apadrinhamento de uma figura irresponsável como o atual secretário de cultura?, pergunta Sidney Leal.
Isso sem contar os inúmeros funcionários que saíram da secretaria por insatisfação com Suami. Os integrantes da associação contam que neste mês, um funcionário importante saiu da secretaria de cultura, por não conseguir lidar com a arrogância de Suami e sua secretaria Marisa. E o pior é que esse funcionário era quem consertava os problemas criados pelo secretário. "Até quando, vice-prefeita?"
Por questão de estratégia o local do enterro, data e horário será mantido em segredo e divulgado à imprensa somente no dia.

Mais informações através dos telefones: 97615-4394 Francis Gomes e 98153-1978 Sidney Leal. 

A mentira



Sozinho em casa.
Outro dia eu estava pensando,
E assim meditando, meditando...
Sobre o que falo o que faço e o que sinto.
E de mente aberta,
Cheguei a incrível descoberta,
De que eu minto

Cada um.
Faça assim como eu fiz,
Seja seu próprio juiz,
Vasculhe os eu subconsciente.
Você pode até negar
Mas com certeza ele vai falar:
-Você também mente.

Sem meio termo.
Vocês, todos vocês,
Sejam verdadeiros desta vez.
Por favor, não inventem.
Acham que eu sou louco inconseqüente?
Que sou o único que mente?
Não. Vocês mentem.

Sim, é deste jeito.
Eu, tu, ele...
Nós, vós, eles,
Quase sempre fingimos.
Não estou aqui para acusar,
Eu apenas revolvi mostrar;
Todos nós mentimos.
É sempre assim.
Estamos sempre fingindo,
Estamos sempre mentindo,
Por mais que sejamos rigorosos.
Seja no amor ou no financeiro,
Por mais que sejamos verdadeiros,
Somos sempre, mentirosos.

O certo é:
Mente quem perde e quem ganha,
Seja por medo ou vergonha,
Para tirar vantagem ou agradar alguém.
Desculpem-me por falar o que sinto,
A verdade é: eu minto,
Mas vocês, também.

Finalizando.
Para deixar por concluído,
Perdoem-me se fui atrevido,
Mas quero ver quem me desmente.
Quero ver quem tem coragem,
De fazer à sacanagem,
De falar que nunca mente.                          

Francis Gomes