quinta-feira, 28 de junho de 2012

O silêncio


O silêncio é a resposta  mais sincera  e muitas vezes a mais dolorosa, que não se encontra nas palavras escritas ou faladas apenas nos olhos. É uma arma poderosa,  penetra na alma, corta o coração como navalha silenciosamente, faz um estrago semelhante à de uma bala, apesar de frio queima,  mas poucos sabem usar.


Francis Gomes

terça-feira, 26 de junho de 2012

PASSADO

O passado é como uma folha seca guardada em um velho livro podemos olhar e admirar, sem tocá-lo, ou pegar e correr o risco de torná-lo em minúsculos pedaços insignificantes.
Há quem diga que o passado é como uma folha seca levada pelo vento. Outros que é como as flores que só florescem  na primavera, sem vida e sem beleza por algum tempo, mas  no momento certo volta aflorar novamente sua beleza, seu encanto, sua magia e exalar seu perfume.
O tempo é cruel, carrasco e justiceiro. Não tem dó de ninguém, é absoluto, mas igual para todos, não passa mais  rápido ou mais lento para uns e outros. Não. Ele é justo.
Não faz acepção, não descrimina, mas também não volta atrás. O tempo, o maior aliado do passado.
Deveria ser pesado, ao in vez de contado. Os anos vividos pesariam menos para carregar nas longas caminhadas da vida, já que ele nunca aumenta, só diminui à medida que os dias passam. O problema é que volte e meia o passado, no presente e sem sombra de dúvida o reencontraremos no futuro. Esse tal  TEM-PO  PÁS-SA-DO, é simplesmente o futuro esperado e o presente vivido e revivido muitas vezes em tempo real e irreal.
O passado é como o pensamento, só nos abandona quando morremos.

Francis Gomes

domingo, 24 de junho de 2012

E degradação da mente humana

Estamos em pleno século XXI. A palavra revolução industrial foi substituída pela evolução industrial.  Hoje acontece a revolução das máquinas. Nas indústrias os humanos são substituídos por robores, o homem automatiza tudo e fica refém de suas invenções.
O mundo está globalizado de tal forma que se os nossos antepassados voltassem à vida ficariam assombrados com tantas coisas acontecendo, coisas que eles jamais sonharam que poderia acontecer.
O homem inventou um jeito para voar, andar sobre as águas, até debaixo d’água. Neste mundo globalizado as informações não chegam mais através das cartas. O crescimento da tecnologia, o uso dos computadores, internets, as redes sociais são os melhores ou piores meios de informações depende de quem os utiliza e para qual finalidade.
Colocaram um espião no céu, com vários olhos na terra, nas esquinas das ruas, nos postes, nas pontes nas matas em todos os lugares tem estes malditos olhos a nos espiar. Os chefes de governo privatizam as empresas públicas e desprivatizam a vida e as intimidades do povo.
A tecnologia é fantástica, os rádios diminuíram o tamanho e aumentaram à potência,  as televisões, estas foram que as mais evoluíram, diminuíram o volume aumentaram a tela de visão, mas isso não me preocupa, o que me preocupa mesmo são as coisas que ela tem mostrado aos nossos filhos, a violência, o crime, o sexo.
Por falar em sexo, esta coisa maravilhosa que tanto nos dá prazer  antes normalmente  feito por amor, hoje está banalizado, virou o comércio mais lucrativo que existe, é um produto que não vende nem se paga por kilo ou metro, é como a utilização da energia elétrica, se paga por hora consumida. O que é justo, claro.
 Pasmem. Apesar de o prazer ser igual, o valor da hora depende eu diria  não da qualidade do produto, mas, da beleza do mesmo. Produto este, que se encontra em qualquer esquina, muitas vezes confundidos com os manequins das lojas de roupas,  isso durante o dia.
Mas tem uma particularidade e isso é de extrema importância para quem utiliza destes preciosos serviços, a hora, e o lugar onde eles se encontram e são oferecidos.  Sim, digo hora de lugar, porque muitas vezes por uma destas esquinas escuras, pode se comprar gato por lebre, a aparência externa é uma e o produto interno é outra.
Se bem da verdade há quem goste, o sexo está banalizado, mas o prazer continua uma opção  individual. Não quero aqui  criticar a opção sexual de ninguém  até porque ninguém tem que prestar conta a mim dos seus atos, mas sim a Deus, então  cada um se vire com seus problemas de ante do todo poderoso.
O inacreditável é que com tudo isso acontecendo, em pleno século XXI o que ainda não mudou quase nada, é o racismo, a descriminação em todos os sentidos. Devido à cor do individuo, sua classe social, sua naturalidade.  Ainda não se descobriu a cura para esta doença crônica que é a descriminação.
Com tanta evolução ainda tem alguns espertos, que acham que a cor do cabelo, o  corte de cabelo, ou o estilo de roupa usado por alguém muda sua opção sexual.
Seguindo esta linha de raciocínio destes auto ditadas do comportamento humano, todas as mulheres que usam cabelos pequenos não seriam mais mulheres e sim homens, e olha que tem muita criação divina de cabelos curto, e os homens que gostam de cabelos compridos, oi tingem seus cabelos, os tais seriam mulheres.
Se a mudança da cor do cabelo faz com que mude a opção sexual  do individuo ou revele sua opção sexual, todos  os homens de cabelos grisalhos, coitados, mesmo sem querer quando atingissem esta faze da vida  mudariam de sexo. E, como virou febre entre os jovens, e alguns adultos, usar um brinco? Não teria mais homens no mudo, apesar de realmente existir poucos, e ter muitas mulheres mais macho que muitos homens?
O  interessante é que  as mulheres consumidoras do produto homem, não reclamam e nem devolvem o produto pela mudança da cor do cabelo. Mas aqueles se dizem ser consumidos por elas falam tamanha besteira em pleno século XXI, o que diriam estes dos índios desbravadores das terras brasileiras antes de serem invadidas!
E ainda acreditam ser mais macho que os outros por isso.  Realmente é a degradação da mente humana.




Francis Gomes

quinta-feira, 21 de junho de 2012

A biografia das rosas

Eu sou a primícias do fruto. Minha beleza encanta, fascina. pela minha existência criaram uma estação do ano em minha homenagem. De mim se alimentam as abelhas sugam meu necta para produção do mel. O beija flores me procuram constantemente, pairam no ar para me beijar com suavidade. 
Alguns dizem que eu não morro sofro apenas uma transformação, de certa forma tem razão, mas nem tanto, ninguém de coloca em meu lugar para ver se é fácil ser eu. Como sabem que eu não morro? Quem conhece meu sofrimento, minhas dores e tristezas pelos descasos e abandonos da vida?
Mas estou pronta para fazer meu relato, contar minha vida desde o principio de minha existência até minha dolorida morte. Também falarei de alguns momentos de felicidades que eu proporciono as pessoas. Mas apenas as pessoas e por pouco tempo, porque também logo se esquecem de mim e começa meu sofrimento.
O meu despontar pra vida começa como a dos seres humanos, é necessário a gestação de minha mãe e surge o pequeno botão, sou eu surgindo entres os galhos e folhas de mamãe.
Assim como nos humanos meus descendentes também tem várias estaturas, de forma que muitas vezes eu nasço no alto outras vezes entres as ervas daninha e espinhos rastejantes.
Às vezes o sacrifício de  minha morte é necessário para dá lugar aos frutos. E assim vai.
Pois bem. Todo mundo admira minha beleza, o esplendor de minhas cores, o aroma gostoso que deixo no ar.
Mas vamos por partes. Quando nasço entre os espinhos e pequenas ervas daninha minha vida é curta e sofrida, sou pisada por animais grandes e  pequenos, muitas vezes engolida viva.
Outras vezes cultivam-me entre muitas outras de minha espécie, mas cada uma com uma característica diferente, uma beleza particular, um aroma indescritível de tão gostoso.
Nestes casos, somos recolhidas vivas, cordas sem dó nem piedade, ninguém se preocupa com nossa dor, nosso sangramento ao passarem uma navalha por nossos pés. Muitas vezes somos transportadas empilhadas uma em cima da outra,  quando muito somos orvalhadas e querem que permanecemos sorridentes, lindas e aromatizando o ambiente como se nada tivesse acontecendo.
O único bom momento que nos acontece é quando somos presenteadas a alguém que nos recebe com alegria, nos alimenta com água e carinho, mas também logo se esquece da gente e nos deixa morrer de cede.
Na maioria das vezes, somos levadas para grandes empresas,  e imagine, imagine a dor que sentimos ao sermos trituradas por lâminas afiadas, nos cortando sem dó, sem nenhum sentimento pela dolorosa morte que estamos tendo, tudo isso para satisfazer o ego dos humanos para usar apenas nossa essência, nosso  espírito, o perfume.
E quando  nossa mãe é de um porte grande, quem lembra quem,  pensa na dor que sentimos em nossa queda? Depois de caída, somos pisadas pelos humanos, cortadas, carregadas pelas formigas que nos corta aos pouco, de pedacinho em pedacinho. Quem para e pensa o quanto nosso corpinho pequenos sofre com tanta dor?
Mas infelizmente a vida é assim para nós e para todos. Os  humanos que tanto nos maltrata também são do mesmo jeito.
Depois que passa o tempo, o vigor da idade, a força física, murcha a beleza, muitos caem outros são cortado da sociedade como se não tivesse valor algum.
Como nós, só a essência,  o espírito é aproveitado, o resto vira pó.

Francis Gomes

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sabedoria animal



Há bicho tão inteligente,
Que pra ser gente,
Só falta falar.
Enquanto muitos,
Para ser bicho,
Não falta mais nada.
Até evoluiu. Aprendeu falar.
E ainda para piorar,
Imagina que pensa, mas age sem pensar.
E o pior, não obedece.
Coisa que muitos bichos fazem.


Francis Gomes

domingo, 17 de junho de 2012

TEXTO INÉDITO

Meus queridos leitores, este é um texto inédito que escrevi especialmente para ser a presentado na próxima sexta feira, 22/06/2012 no Centro cultural Francisco Carlos Moriconi  682,  centro de Suzano, em um evento em homenagem ao palhaço, organizado pelo o grande artista plástico  PEDRO NEVES, que pediu para que eu  escrever alguma coisa sobre o palhaço e saiu este texto que vos apresento.

Na próxima sexta feira dia 22/06/2012 estarei apresentando ele ao vivo.

abraço a todos


Francis Gomes




O Espetáculo da vida

Hoje tem espetáculo?
Tem sim senhor.
Olha o palhaço na rua.
Ladrão de perua.
Olha o palhaço na linha
Ladrão de galinha.
E o palhaço o que é?
Ladrão de mulher.

Eu sou mais um dos  palhaços
De coração em pedaços
Fingidor como um poeta
Ele finge seus  amores
Eu escondo as minhas dores
De uma forma discreta

Quem ver meu rosto pintado
Este meu jeito engraçado
E minha roupa colorida
Não sabe os dissabores
Nem mesmo os tipos de cores
Que pinta a minha vida

Quem ver meu sorriso largo
Nem sabe o doce  amargo
Desta  minha alegria.
Não percebe em minha face
Que ás vezes é só um disfarce
Para ocultar  nostalgia

A vida tem tantas faces
Eu tenho os meus disfarces
Pra sorrir a qualquer hora
Mas quando a tristeza insiste
E a dor no peito persiste
O palhaço também chora.

Mas renovo a esperança
Quando vejo uma criança
Sorrindo sem ser fingida
Correr de braços abertos
Pra tentar chegar mais perto
Do espetáculo da vida.

E assim vou levando a vida
Difícil dura sofrida
Driblando cada obstáculo
Porque é minha missão
Esteja triste ou não
Fazer mais um espetáculo.





Francis Gomes

quinta-feira, 14 de junho de 2012

UM NOVO CORDEL NA PONTA DA AGULHA

Meus querido leitores e leitoras, estou preparando um novo trabalho. Um novo cordel está ficando pronto, oitenta por cento já escrito, o enredo falará de dois irmãos, um corajoso e um medroso.
a principio o título seria  O MEDROSO, mas não estou gostando do título, portanto aceito sugestões.
a baixo algumas estrofes salteadas para que possam ter noção do enredo e quem sabe me ajudar com o título.
conto com a colaboração de quem quiser.

Grande abraço


Francis Gomes


Meu caro amigo leitor
Eu chamo a sua atenção
A história que vou contar
Não é de minha invenção
Segundo corre o boato
Isto aconteceu de fato
No interior do sertão

Tem coisa que a ciência
Não consegue explicar
Deus sabe, mas não explica
E a gente tem que aceitar
Dois seres tão diferente
Um medroso outro valente
Sair do mesmo lugar



Segundo contam os mais velhos
Foi assim que aconteceu
Filhos do mesmo pai
A mesma mãe concebeu
Como Isaú e Jacó
Iram pra não sair só
Nasceu puxando Irineu...

......E assim passou o tempo
E os dois foram crescendo
Um correndo para as brigas
Outro das brigas correndo
Iram forte e corajoso
Já Irineu tão medroso
Que vivia se escondendo.....

....Iram tornou-se um cabra
De dois metros de altura
As pernas era dois troncos
Os braços desta grossura
Ninguém brigava com ele
Quem levasse um tapa dele
Já descia a sepultura.

No dia que se invocava
E ficava embriagado
Mandava prender o padre
Batia no delegado
Festa, missa casamento,
Só acontecia o evento
Se ele fosse convidado

Até mesmo os feiticeiros
Para fazer  feitiçaria
Irá tinha  que deixar
Se não ele não fazia
Coitado do que teimasse
Menino se Iram pegasse
A chibatada comia....

.....Já Irineu o coitado
Sempre foi muito mofino
Cresceu mas não mudou nada
 Magro do pescoço fino
Os braços aquele palito
As pernas só o cambito
E uma tromba de suíno

Tinha medo de tudo
Que se possa imaginar
Cobra, rato, aranha,
Barata então nem pensar
Fazia uma esparrela
Pulava feito gazela
E começava chorar

Não dormia no escuro
Com medo de assombração
Não entrava em cemitério
Nem segurava em caixão
Não podia ver um morto
Que a peste olhava torto
E se esborrachava no chão

Mole que só a desgraça
Todo desconfiado
Andava olhando pros lados
Como um cachorro assustado
Não podia ver uma briga
Que dava um frio na barriga
Ficava todo mijado.....




FRANCIS GOMES

E AINDA TEM MUITO MAIS. COLABORE COM SUA OPINIÃO, DEIXE COMENTÁRIOS NO BLOG OU MANDE E-MAIL  TCHEKOS@IG.COM.BR

segunda-feira, 11 de junho de 2012

PODE SER ENGRAÇADO MAS É MUITO SÉRIO

A decisão




O mundo, as nações, a vida  giram em torno de decisões.  Desde o principio foi assim, quando Deus na sua plenitude tomou a decisão de criar o homem sua imagem e semelhança, e muitos anos depois se arrependeu e decidiu destruir-lo e assim fez porque tinha  poder e tempo para isso.
Nós simples mortais quando tomamos uma decisão precipitada à consequência pode ser trágica ou até mesmo fatal. Conto-vos este fato porque fui vitima de uma desta atitude impensada e quando resolvi voltar atrás não tive mais tempo.
Tudo teve inicio quando  comecei sentindo algumas dores abdominais parecia coisa corriqueira do dia a dia, mas foi piorando e mesmo contra minha vontade fui ao médico.  Quase dois meses para conseguir uma vaga no posto perto de minha casa.
 Tinha dias que eu mal conseguia andar, uma dor no pé da barriga, que Deus me livre, e pra urinar, era contando as gotas doía e queimava que parecia sair fogo. Quanto relatei a situação ao doutor ele foi categórico, disse que eu precisava fazer um exame, o mais breve possível, poderia ser naquele dia mesmo.  Ao ouvir qual seria  subiu um formigamento dos pés a cabeça, tremi de medo, e vergonha. Me torci pra lá pra cá perguntei se não podia fazer outro dia.
- Sim pode, mas quero que o senhor saiba vai ter que fazer e quanto antes melhor.
Fiquei mais um mês tentando criar coragem para fazer o maldito exame.  Mas não foi fácil não,  além de evitar a mulher porque a coisa não funcionava mais direito  suava frio todo vez que ia ao banheiro.
Eu sentia  vergonha até em pensar. Imaginando o constrangimento  perdia o sono,  sentia  calor, ficava sem jeito de olhar para qualquer pessoa. Parecia que todo mundo sabia o que eu precisava fazer,  era uma verdadeira tortura.
Agente faz piada, brinca com a desgraça dos outros, mas quando é com a gente vou falar não é brinquedo não.
Eu não falei nem para a mulher deste tão de exame, Deus me livre. Imagina se ela fala para as colegas, e toda vez que alguma fosse lá em casa  ia ficar me olhando meio tordo, rindo de mim, depois falando para os maridos, e os maridos falando para os colegas e os colegas para outros colegas assim todo mundo sabendo e todos rindo de mim por onde quer que passasse. Os vizinhos esperando para me ver chegar em casa, bisbilhotando pelas janelas para zombar de mim e no meu trabalho já pensou o falatório que seria, credo em cruz Deus me livre.
Já pensou na rua  todos me olhando com rabo de olho e falando: olha o esfolado passando. Me arrepiava só em pensar. Ou os engraçadinhos dos meus colegas:  e o dedo era  grande? Fala ai doeu ou você gostou? Pronto a merda tava feita, porque não sou de levar desaforo para casa, por isso não contei a ninguém.
 Só me esquivando pra não fazer. Mas quando a gente pensa no esqueleto de roupa preta com uma foice na mão cria coragem, pelo menos no momento. Apesar  das brincadeiras sem graça,  as coisas que  escutava, e o machismo,  cheguei à conclusão que  não tinha saída precisava  fazer o dito cujo.
 Mas quando pensava em tudo que eu ouvia sobre o assunto.  O que era mentira ou  verdade. Nos últimos dias nem dormia mais, quando ia pegando no sono, acordava vendo aquele dedão vido em minha direção, pulava da cama todo suado e gritando, aqui não doutor.
A mulher acordava apavorada falando:
- Tá doido homem de Deus que diabo tu tem?
Nada não mulher vai dormir. Foi só um sonho ruim.
Mas não tinha jeito.  Este tal exame do toque era a onda do momento só se falava nisso. Uns dizia que não doía e que a gente ficava sozinho com  o médico na sala. já outros que doía pra caramba, e além do doutor ficavam duas enfermeiras para auxiliá-lo. E as posições hein? E as posições! Alguns diziam que ficava de quatro com as mãos em cima da cama, outros que era deitado de ladinho.  O médico colocava uma luva, passava  um  creme lubrificante e com uma conversinha mole  de que não ia doer nada era rapidinho,  abria bem o negócio,  e tome. Ia ao céu e voltava, ou melhor, ao inferno. Em fim  relatos de todo jeito  eu ouvia.
Certo dia escutei um camarada falando que tinha visto uns vídeos na internet mostrando como era feito o tal e comentou, Bicho feio, coisa macabra. Pensei comigo vou nada, o diabo é quem vai não eu. Mas isso é igual  dente furado, a gente tenta preservar mas quando a o danado dói, a vontade é de arrancar na hora.
Pois bem, a mulher inventou de ir  à casa da mãe dela,  aproveitei e fui fuçar na internet para ver se encontrava alguma coisa. Pois não é que eu encontrei vários vídeos mesmo!
Virgem Maria,  mas quando eu vi aquilo, aquelas bundas brancas empinadas, meio que de quatro, outros deitado de ladinho e o médico metendo o dedo sem dó girando 360º  graus, e o cabra se torcendo todo não sei se de vergonha ou de dor. Alguns fechavam os olhos, outro arregalava, trincava os dentes, mordia os beiços. Eu falei tô fora, não vou fazer isso mas nem por decreto do papa.
Decisão tomada, ninguém sabia nada nem precisava saber, se a coisa piorasse eu voltava ao médico. Me lasquei no mesmo dia comecei sentir  dores terríveis, tive que ir.
Cheguei atrasado de propósito pensado: ora chego atrasado não tem mais ninguém , entro resolvo isso de uma vez e seja o que Deus quiser. Me danei todinho, o infeliz do doutor tinha atrasado também.
Contei umas dez pessoas. Pensei, será que todos estes vão fazer?  . Cheguei meio esbaforido,  vermelho como um pimentão,o sangue parecia ferver, quase que eu voltava para trás, mas não dava mais.
Parecia que todos me olhavam e pensando  a mesma coisa, é mais um para levar dedada. Sentei, de cabeça baixa sem falar com ninguém de tanta vergonha.
Começou chamando, senhor fulano, senhor beltrano,  chegou sua vez.
Sentia umas pontadas no pé da barriga, além da dor, medo, ansiedade, vendo  meu orgulho de macho intocável a pouco de chegar ao fim. Eu levantava, sentava, tomava água   sabendo que minha vez estava chegando. Eu sabia que todo mundo percebia meu nervosismo. Para piorar, a atendente falou:
-Senhor Antonio  Jerônimo o senhor está sentindo alguma coisa? De cabeça baixa  disse, não senhora  estou bem.
- Tem certeza? Sim senhora
-Se acalme o senhor parece está muito nervoso,  tudo vai correr bem.
Pensei, fala isso porque  não no seu que vai entrar um dedo sabe-se lá Deus como.
Os que saiam da sala do doutor aumentavam minha agonia, fazendo uma cara de quem tava morrendo de dor de barriga e desesperado para ir ao banheiro.  Pois é, a maioria saia deste jeito.
Faltava apenas três. Me passou pela cabeça uma idéia maluca, que se pelo menos fosse uma doutora quem sabe seria melhor, ela poderia ser mais delicada, afinal toda mulher costuma ser.  O dedo seria mais fino. Mas também me ocorria outra preocupação a unha. Sim a unha. Quem  não conhece uma mulher que  tenha unhas grandes. Tem a luva eu sei, mas e se rasgar. Já nem sabia o quer seria pior.  E se ela resolvesse se vingar de alguma coisa logo em mim, já pensou,  e não seria difícil não do jeito que a coisa anda. Se o marido tivesse traído ela, e descontasse tudo na minha pessoa, coitado de mim pagaria o pato sem culpa nenhuma.
De repente sou aquela voz tenebrosa:
Senhor Antonio, por favor, pode entrar.   Arrepiou até a alma. De cabeça baixa, ouvir uma voz feminina falar:  senhor entre na  sala a sua direita, tire a roupa e ponha este avental, o médico já vem lhe examinar.
 Mau coloquei aquele avental azul o médico chegou:
- Está pronto Senhor Antonio? Balancei a cabeça afirmando que sim.
Ponha suas mãos em cima da cama, empine  um pouco as nadégas, e relaxe não vai doer nada.  Durará apenas entre quinze e vinte segundos. Vou utilizar este gel para que o senhor não sinta dor, não vai nem perceber, quando ver já foi. Fechei os olhos trinquei os dentes e senti aquele dedo grosso entrando dentro de mim, torcendo para um lado para o  outro. Mas doeu, doeu muito, cheguei ver estrelas.
Pronto. O senhor pode  colocar sua roupa. O senhor por favor aguarde um pouco lá fora e já lhe dou o diagnóstico. Saí da li cego de vergonha nem quis saber do resultado e nunca mais voltei lá.
Por causa desta  decisão, esta atitude impensada, do meu orgulho e  machismo é que hoje, um ano e meio depois estou aqui entre amigos e parênteses, narrando-vos esta história deitado neste caixão frio, sem dor, sem orgulho, sem vida.




Francis Gomes

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A TODOS OS APAIXONADOS DA VIDA

Em Quanto vale seu amor



Quantas noites sem dormir
Por está pensando em ti,
Eu terei que suportar?
Quantos dias de amarguras
Meu amor quantas torturas,
Eu sofrerei por te amar?

Se seu amor valesse dracmas
E seus carinhos minhas lágrimas
Quanto eu precisaria pagar?
Quantas dracmas eu pagaria
Quanta lágrima derramaria
Para você me amar?

Você fala que me adora,
Diz que seu coração chora,
E me quer a qualquer custo.
Eu também amo você.
Meu amor me diz por quê
Nosso amor é tão injusto?

Por seu amor sou Pelegrino,
Não sei se Deus ou se o destino,
Não deixa a gente se amar.
Ou gosto da pessoa errada,
Ou você não é tão apaixonada,
A ponto de se entregar.

E loucamente eu desejo
Ter seu carinho seu beijo,
E sentir o teu calor.           
Se for possível calcular
Quanto eu tenho que pagar
Para eu ter o seu amor?


Francis Gomes

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Família  de faladores


Somos em vinte irmãos
Cada qual com seus valores
Dez mulheres fuxiqueiras
E dez homens faladores.

Já começa por mamãe
Sempre fala de papai
Papai fala de mamãe
E assim por de ante vai

Rute fala de Lurdes,
Lurdes fala de Luzia
Luzia fala de Tonha,
Tonha fala de Maria,

Maria fala de Nena
Nena fala de Luiza
Luiza fala de Ciça,
Ciça fala de Maisa,

Maisa fala de Lica,
Lica fala de João,
João fala de Paulo
Paulo fala de Adão,

Adão fala de Carlos,
Carlos fala de Joaquim
Joaquim fala de Luiz,
E Luiz fala de mim,

Edu fala de Pedro
Pedro fala de Raimundo
Que  vive a me criticar
E eu para me vingar
Falo de todo mundo.


Francis Gomes

segunda-feira, 4 de junho de 2012

MAIS UM FILHO ESTÁ NASCENDO

MEUS QUERIDOS, NÃO PERCAM NEM DEIXEM DE HONRAR COM SUA PRESENÇA O LANÇAMENTO DE MAIS UM LIVRO DO ESCRITOR SACOLINHA, UM GUERREIRO E FOMENTADOR CULTURAL.
NO PRÓXIMO DIA 09/05/2012 NO PAVIO DA CULTURA NO CENTRO DE EDUCAÇÃO E CULTURA FRANCISCO CARLOS MORICONI  682 CENTRO  DE SUZANO.
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O escritor Sacolinha e a editora Ilustra, convidam para o lançamento do livro:
Manteiga de Cacau
 Dia 9 de junho de 2012 - das 20h às 22h,
dentro do sarau Pavio da Cultura
Preço promocional: R$ 10,00
Local: Centro Cultural Moriconi
Rua Benjamin Constant, 682 - Centro - Suzano - SP
Informações: (11) 8325-2368
Este livro também pode ser adquirido diretamente com o autor:
 Demais lançamentos:
JUNHO
Dia 11 de junho – 19h30
B_eco
Local: Pinheiros – SP
 Dia 15 de junho - 10h
2ª FLEP - Feira Literária Eduardo Prado
Local: EMEF Eduardo Prado
Dia 16 de junho - 20h
Feira Cultural da Penha
Local: Igreja Nossa Senhora dos Homens Pretos - Penha
 Dia 19 de junho - 20h
Sarau Suburbano
Local: Loja Suburbano Convicto - Bela Vista
Dia 20 de junho - 21h
Sarau da Cooperifa
Local: Bar do Zé Batidão
JULHO
Dia 5 de julho – 20h
Sarau Elo da Corrente
Local: Bar do Santista –Pirituba
 Dia 6 de julho – 20h
Ong Caminho Verde
Local: Campo Limpo Paulista – SP

Dia 21 de julho – 18h
Sarau dos Umbigos
Local: Casa de Cultura do Itaim – Itaim Paulista
 Dia 28 de julho – 17h
Sarau dos Mesquiteiros
Local: E.E. Jornalista Fco Mesquita - Ermelino Matarazzo

AGOSTO

Dia 16 de agosto – 20h
Sarau do ZAP
Local: Núcleo Bartolomeu de Depoimentos - Pompéia – SP

SETEMBRO
 Dia 1 de setembro - 14h
Tenda Literária
Local: Ermelino Matarazzo - SP

Assessoria de imprensa do escritor Sacolinha
Palestras, oficinas e vendas de livros
Acesse: www.sacolagraduado.blogspot.com
(11) 7348-0400

domingo, 3 de junho de 2012

AOS GUERREIROS NORDESTINOS

Seca





O tempo esta passando
E a chuva não cai no chão
Deixa o lavrador pensando
De como ganhar o pão.
Com as lavouras morrendo
É de cortar coração.

Mas uma vez está à frente
Nossa maior inimiga,
Trazendo choro permanente
E também muitas intrigas,
Deixa o povo indiferente
Semeando muitas brigas.

A tal seca nordestina,
Devoradora de sonhos,
Vem completando a sina
De cearenses risonhos 
Como se fosse rotina
Maneira como suponho.

Anoitece e amanhece
Com o céu limpo e azul,
O agricultor reconhece:
É preciso ir pro sul,
Para não ver o filho que cresce,
Andando descalço e nu.

Passa as experiências,
Do dia de São José,
Pelos os dados da ciência
O lavrador perde a fé,
Homens perdem a consciência
Vendo a seca como é.

Alguns tentam imaginar,
O que pode acontecer,
Como irão se virar
Para poder sobreviver
Mas ninguém deste lugar,
Consegue nada prever.

É um sofrimento eterno
De um povo triste e faminto,
Não há que seja moderno
Com criança dando grito
E os pais desesperados
Clamando por Jesus Cristo.

Porem a chuva não cai
E o sertanejo perde a fé
Principalmente depois
Do dia de são José
Morre a esperança
De homem de mulher



Francis Gomes