Meus amigos, como havia comentado antes, estou lendo o livro O Sertanejo de José de Alencar, e estou nas últimas páginas, um livro maravilhoso, que mostra o sertão no seculo XVIII. O Sertanejo, romance da fase regionalista (ou sertanista) de José de Alencar, publicado em 1875, põe em cena o interior nordestino , onde se desenrola a trajetória repleta de heroísmo de Arnaldo, vaqueiro cearense, homem do campo, simples, mas bravo lutador que tudo enfrenta por amor e por seus ideais. Os dias e os trabalhos do vaqueiro traçam um painel do Nordeste do Brasil.
A obra apresenta uma prosa com personagens característicos do sertão. Onde o personagem-narrador é Severino, que ao longo do texto tenta se definir, mas com tudo o que fala não consegue, por isso Severino passa a ser como uma figura genérica, ou seja, passa a ser a característica do povo sofrido pelas dificuldades como a fome,sede e miséria.
Seu personagem central é Arnaldo Loureiro, destemido vaqueiro a serviço capitão-mor, enfrenta os mais sérios riscos na esperança de constar a simpatia da filha do fazendeiro. É um livro maravilhoso, mas quem quiser saber mais, leia o livro. É por ler livros assim e ter vivido nesta terra abençoado do sertão que tanto escrevo sobre ele. Abaixo mais um texto meu falando das BELEZAS RARAS DO SERTÃO.
Belezas raras do sertão
Você que nasceu e vive na cidade,
Tem felicidade, e satisfação,
Ouça este caboclo roceiro caipira,
Falar das belezas, que tem no sertão.
Nossos fins de terdes parece uma festa
Dentro da floresta, os passarinhos cantando.
E o astro maior que ilumina a terra
Por detrás da serra, vai se ocultando.
Quando escurece, a noite é mais bela.
Como uma aquarela, estrelas brilhando
Ponho uma cadeira ao lado da janela,
Pra ver o luar que vem despontando.
Por detrás dos montes ela vem surgindo
Parece sorrindo, me enamorando.
Como estivesse ciúmes sentindo,
Vaga-lumes surgindo, entre as folhas piscando,
E lá na colina, por trás do serrado,
O lobo uivando, até me arrepia,
Com tanta beleza fico emocionado,
Agradeço a Deus, e choro de alegria.
E ao romper da aurora com o sol despontando,
E o nambu cantando lá na capoeira,
O galo campina e o sabiá branco,
Respondem em dupla lá goiabeira.
E o uirapuru maestro da floresta,
Rege uma orquestra, que o Senhor formou,
Mas o João de barro, que não está na festa,
Exibe sua casa, que ele edificou.
Quando o sol esquenta saio pro roçado,
Levo no bisaco, um rádio que me inspira.
Para ouvir seu moço moda de viola
Que é o que consola este velho caipira.
Eu não sou formado, sem escolaridade.
Não aprendi ler, escola eu não fiz,
Mas quero dizer aos que são da cidade
Não cursei faculdade mas eu sou feliz.
Seu moço acredite, poeta eu não sou,
Mas nosso Senhor me deu inspiração,
Pra falar um pouco de minha história,
E belezas raras que tem no sertão.
Francis Gomes
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