O caipira feio e a academia I
Seu
moço eu nasci na roça
Debaixo
de uma paioça
Bem
no meio do matagar,
Estória
que eu ouvi dizer,
Que
quando eu fui nascer
Mamãe
danou-se a gritar
Gritava
numa artura!
Que
meu pai Mané Ventura
Ouvia
lá do currar.
Este
homem se assustou
Deu
um pulo e perguntou:
-
Menino o que diacho é isso?
O
que está acontecendo?
Quem
diabo é que está fazendo?
Todo
este rebuliço?
O
cabra saiu correndo,
Chegou
em casa dizendo:
-
Mazé; o que peste é isso?
Mais
gritando que falando
Se
retorcendo e chorando
Minha
mãe veio a dizer:
-
Homem deixe de besteira,
Vá
chamar logo à parteira
Teu
filho está pra nascer.
Mas
o caboco fez de tudo
Fez
careta ficou mudo
E
não conseguiu se mexer.
Nesta
hora a coisa fedeu,
Minha
mãe quase morreu
E
meu pai sem se mexer.
Foi
tanta gritaria
Que
a vizinhança corria
Desesperada
pra ver.
A
parteira dona Odila
Foi
à primeira da fila
A
começar a correr.
E
quando a mulher chegou
Que
meu pai ela avistou
Entrevado
sem mexer,
Era
minha mãe gritando!
E
o homem só espiando
Sem
ele nada fazer,
Quase
que foi a loucura
Gritando:
- Mané Ventura
Vai
deixar a mulher morrer?
Começou
a correria
Traz
pano, traz a bacia,
Bota
a água pra ferver.
Outro
gritava lá de fora,
-Vala
minha Nossa Senhora
O
menino não quer nascer
De
repente ouviu-se um grito
-
Meu Deus que bicho esquisito,
-
O que isto venha a ser?
A
parteira aperreada
Gritando
desesperada,
-Traz
a luz pra clarear.
E
quando a luz chegou
Que
a parteira olhou,
Começou
se arrepiar,
Vendo
o jeito de dona Odila,
Todo
mundo já fez fila,
Correndo
pra espiar.
-
Meu Deus o que é aquilo?
Só
de cabeça mais de quilo!
Mas
que bochecha tão cheia!
O
beiço todo encarnado,
O
olho arregalado
Sem
pelo na sobranceia.
Mas
nem parece com gente,
E
já nasceu com dois dente
Credo
em cruz que coisa feia...
E a história continua....
Em breve o próximo cordel.
Francis Gomes
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