sábado, 7 de dezembro de 2013

                                       

O natal da criança pobre



O fim do ano se aproximando...
 Pensava entristecido e desolado,
 Joaquim, mais um desempregado.
Então ele falou quase chorando:
Oh meu Deus! Que rumo eu trilho?
O que vou dar para meu filho?
O natal está chegando.

Dias passaram, o natal chegou,
Joaquim tinha um problema,
E para aumentar seu dilema,
O seu filho perguntou:
- Papai, papai, fala pra gente,
Será que o meu presente,
Papai Noel já comprou?

E o Joaquim muito triste,
Sem dinheiro, desempregado,
Falou pro o filho amado:
- Filho, papai Noel não existe.
- Existe sim, papaizinho,
O Carlos, nosso vizinho,
Já o viu, ele me disse.

Continuou o filho inocente:
- Carlinhos me disse como ele é,
Que ele entra pela chaminé,
Com cuidado, pra não acordar a gente.
Então papai, o bom velhinho,
Assim como para o Carlinhos,
Vai me trazer um presente?

 Joaquim não suportou,
Sofrendo amargamente
Pegou seu filho carente
Em seus braços, e o beijou.
Com o coração partido
Deu boa noite ao ente querido,
Entrou no quarto, bateu no peito e falou:

- Deus, oh Deus! Eu te peço humildemente,
Já que eu estou desempregado,
Ao menos para meu filho amado,                                                                                                     
Ajude-me dar um presente.
Tu bem sabes o quanto eu o amo,
E não quero destruir este sonho
De uma criança inocente.

Então a noite passou;
E no outro dia cedinho,
Lá, lá na casa do Carlinhos,
O papai Noel presenteou,
Mas aquele bom velhinho,
Nem Joaquim, nem seu filhinho,
Ele se quer visitou.

E quando a criança acordou...
Olhou para um lado, para outro,
E falou pra seu pai: - de novo!
Papai Noel não passou!
E com os olhos encharcados,
Em sua humilde cama sentado,
Chorando, desabafou:

- Oh Deus! Desculpe o que eu vou dizer:
Papai Noel não existe, não, existe não,
O meu papai tem razão,
Olha, eu vou explicar porque:
Ele nunca visitou a gente,
E nem me trouxe um presente,
Nunca, nunca um dia veio me ver.

E se ele existe, ele é muito ocupado,
Ou talvez seja orgulhoso,
Um velhinho rancoroso,
Pois não veio neste ano, nem no ano passado,
Quem sabe ele é muito nobre,
Não entra em casa de pobre,
E nem de um desempregado.

 Francis Gomes                                                                                                                                       

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