quinta-feira, 23 de maio de 2013

A POESIA QUE VIROU RAP

 
Vendendo pó na escola

 

Eu cheguei em uma escola

Montei minha barraquinha

Tinha um guarda me olhando

Eu continuei na minha

 

Desembrulhei o bagulho

E fui fazendo fileiras

Molecada chega cá

Pode vir pode colar

Que o barato de primeira

 

E faz viajar geral

Logo na primeira dose

Mas garanto o pó é limpo

Não tem risco de overdose

 

Então parafraseando

O meu amigo Ciríaco

Eu comecei gritando

Parecendo um maníaco:

 

Eu vendo pó, eu vendo pó

Eu vendo pó, da alegria

Eu vendo o pó que faz viagem

Eu vendo o pó da fantasia

Eu vendo pó, eu vendo pó

Eu vendo pó para quem vai

Eu vendo pó para quem fica

Eu vendo pó,eu  vendo pó, ai....

 

O guarda partiu pra cima

Pra dá uma de herói

Me deu uma borrachada

Meu amigo isso dói

 

E eu tentando explicar

Seu guarda não sou bandido

Por favor, não bata mais

Isso é um mal entendido

 

Na verdade eu vendo pó

Vendo o pó da alegria

Eu vendo o pó que faz viagem

Vendo o pó da fantasia

Eu vendo pó, eu vendo pó

Eu vendo pó para quem vai

Eu vendo pó para quem fica

Eu vendo pó,eu vendo pó, ai...

Quanto mais pó eu falava

Mais o guarda me batia.

 

Quebrou minha barraquinha

Rasgou os meus envelopes

Pensando que encontraria

Ali vários papelotes

 

Porém ele se enganou

E viu em sua covardia

Que bateu num inocente

Espancou que não devia

Numa loucura completa

Quase mata este poeta

Que só vendia poesia.

 

Francis Gomes

 

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário