quinta-feira, 13 de setembro de 2012


Refúgio
 

Faço dos meus versos um refugio,
Me escondo de mim dentro deles,
Ao mesmo tempo em que me oculto,
Revelo meus segredos por eles.

Controlo meus sentimentos duramente,
Para que contra mim, não se rebelem,
Mas não consigo vivê-los secretamente,
Sem que meus versos e meus olhos os revelem.

Se das palavras, a boca é a porta,
Que revela do coração os seus suplícios,
Os meus olhos são telões de imagem morta,
Que revela do meu eu os sacrifícios.

Tenho vivido como um vento impetuoso,
Em redemoinho, que não sabe aonde ir,
O céu do meu eu, é nebuloso,
De tal forma que não consigo mais fingir.

Pois nem sempre vou aos lugares onde quero,
Nem meu coração esta comigo onde estou,
Pobre de mim sou o que sou, não o que espero,
Meu coração vai onde quer, não aonde vou.


 

Francis Gomes

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