domingo, 26 de agosto de 2012

O morto vivo


A noite começou triste
O dia amanheceu chorando.
A aurora turbada,
Não veio acompanhada da brisa da manhã,
Nem foi recebida em festa
Pelo gorjear dos pássaros.
O céu vestia luto
E o sol soluçava escondido em algum lugar.
A parti daquele dia nunca mais fui o mesmo.
Os meus olhos perderam o brilho,
O meu sorriso a alegria,
O meu semblante triste mostrava claramente,
A imagem de minha alma angustiada.
O meu coração batia de teimoso,
Não me faria falta nenhuma se ele parasse,
Ao contrário me faria um favor.
Desde aquele dia  passei existir pela metade.
O meu coração tornou-se terra inabitável,
Onde o sol não clareia,
Nem chove.
Desde o dia que o céu se alegrou
Com a chegada de minha mãe,
A terra ficou mais triste,
E eu na minha insanidade
Passei a duvidar do amor de Deus,
E entender menos o propósito da vida
E a intenção da morte.




Francis Gomes


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