O crime
Conto-vos o caso como me foi contado. Revelo-vos um segredo a mim confiado, porque me considero incapaz de condenar o meliante confesso. Peço-vos que também não o condene antes de ler o que o tal alegou em sua defesa para cometer tal crime. Não convenceu, apesar de que ele teve motivos para praticar o ato.
Não somos amigos, mas de vez em quando confessamos um ao outro alguns deleites cometidos. Manjares comidos em casa alheia com o saboroso tempero apimentado de outra patroa.
O fato é que certo dia confessou-me meio confuso das ideias. Cheio de remorsos tentava justificar-se do seu devaneio cometido pela rebeldia da carne que contraria um espírito reto.
Não podia viver naquele martírio de culpa, precisava desabafar, jogar para fora a sujeira que deixava sujo e contaminado. Era um profano, cruel e desalmado envolto no negro manto da culpa que consumia seu coração. Era inocente e culpado. Cometeu o crime porque estava fora de si, havia sido tomado pelo um espírito leviano e covarde.
Não fora ele, mas o malfeitor repetia continuamente. Planejou dia e hora anteriormente com a que seria sua cúmplice. Um crime premeditado. Agiu como um lobo que devora uma ovelha inocente e indefesa. Foi covarde, traiçoeiro inescrupuloso. Armou uma cilada sem deixar rota de fuga para a vítima.
Observava de sua janela em frente à casa da vitima que saía para o trabalho sem saber que em breve seria cruelmente e covardemente ferido. Pobre Cristo nem percebia o Judas a sua espreita.
A cúmplice acenou da porta, deu sinal de ok, era só por em prática o plano. Deixou o inocente afasta-se um pouco, e cravou-lhe um punhal nas costas de tal forma que perfurou o coração.
Enquanto a vitima agonizava em direção ao trabalho, sofrendo uma hemorragia interna pelos ferimentos do coração que sagrava sem parar os dois sentiam juntos os prazeres do pecado cometido.
Ela batera a porta do meliante como combinado. Trajava preto. Não por luto. Cabelos ainda molhados e boca da cor do pecado como dois morangos maduros convidando uma boca para mordê-los. A camisola transparente mostrava a pele branca, manjar divino recheado de pecado. Uma enviado do diabo com formas angelicais. E ali o meliante cometeu o primeiro de muitos delitos sexuais com a mulher do irmão de sua esposa. Enquanto a vitima sangrava e sem saber agonizava pela dor da traição.
Francis Gomes
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