Brasas da saudade
Junho, mês de fogueiras, balão.
De dançar quadrilha,
Homenagear São Pedro, São João,
Do santo casamenteiro, Santo Antonio,
E da tradicional festa de Barbalha,
Do pau da bandeira, do pau de sebo.
Brincar de caretas.
Assar milho, batata doce na fogueira,
Beber quentão,
Comer arroz doce,
De ser compadre, e comadre,
De padrinhos e afilhados.
De namorar em volta da fogueira,
Pedi a bênção do santo casamenteiro.
E eu aqui distante de minha terra,
Meu coração pula,
Batendo nas paredes do meu peito
Como um cavalo preso,
Tentando quebras as cancelas da
distancia
Para sair em disparada,
Para junto do meu povo
E na minha terra,
Fazer valer a pena nossas tradições e costumes.
Mas só me resta à saudade,
A me chicotear, e cortar dentro de mim
Com navalhas afiadas.
E é por isso que ele me tortura
Cantando dia e noite, noite e dia,
Com uma goteira em note de chuva.
Se a saudade matasse este caipira
Que deixou sua terra há tantos meses
Apesar de morte ser só uma
Eu teria morrido muitas vezes
Mas a saudade não mata só machuca
E a gente fica sem saber o que se faz
Tento esquecer para ver se diminui
Isto só serve pra saudade aumentar mais
Sufoca o peito me dá um nó na garganta
É um negócio esquisito por demais
Pois não há nada mais triste neste mundo
Que ser sozinho e viver longe dos pais
Então eu penso que maldita foi à hora
Que iludido eu deixei meu pé de serra
Me aventurando buscando a felicidade
Pra viver triste e infeliz em outra
terra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário