Todos os anos faço questão de colocar esta poesia, para ver se refletimos melhor nos mais necessitados.
O natal da
criança pobre
O
fim do ano se aproximando...
Pensava entristecido e desolado,
Joaquim, mais um desempregado.
Então
ele falou quase chorando:
Oh
meu Deus! Que rumo eu trilho?
O
que vou dar para meu filho?
O
natal está chegando.
Dias
passaram, o natal chegou,
Joaquim
tinha um problema,
E
para aumentar seu dilema,
O
seu filho perguntou:
-
Papai, papai, fala pra gente,
Será
que o meu presente,
Papai
Noel já comprou?
E
o Joaquim muito triste,
Sem
dinheiro, desempregado,
Falou
pro o filho amado:
-
Filho, papai Noel não existe.
-
Existe sim, papaizinho,
O
Carlos, nosso vizinho,
Já
o viu, ele me disse.
Continuou
o filho inocente:
-
Carlinhos me disse como ele é,
Que
ele entra pela chaminé,
Com
cuidado, pra não acordar a gente.
Então
papai, o bom velhinho,
Assim
como para o Carlinhos,
Vai
me trazer um presente?
Joaquim não suportou,
Sofrendo
amargamente
Pegou
seu filho carente
Em
seus braços, e o beijou.
Com
o coração partido
Deu
boa noite ao ente querido,
Entrou
no quarto, bateu no peito e falou:
-
Deus, oh Deus! Eu te peço humildemente,
Já
que eu estou desempregado,
Ao
menos para meu filho amado,
Ajude-me
dar um presente.
Tu
bem sabes o quanto eu o amo,
E
não quero destruir este sonho
De
uma criança inocente.
Então
a noite passou;
E
no outro dia cedinho,
Lá,
lá na casa do Carlinhos,
O
papai Noel presenteou,
Mas
aquele bom velhinho,
Nem
Joaquim, nem seu filhinho,
Ele
se quer visitou.
E
quando a criança acordou...
Olhou
para um lado, para outro,
E
falou pra seu pai: - de novo!
Papai
Noel não passou!
E
com os olhos encharcados,
Em
sua humilde cama sentado,
Chorando,
desabafou:
-
Oh Deus! Desculpe o que eu vou dizer:
Papai
Noel não existe, não, existe não,
O
meu papai tem razão,
Olha,
eu vou explicar porque:
Ele
nunca visitou a gente,
E
nem me trouxe um presente,
Nunca,
nunca um dia veio me ver.
E
se ele existe, ele é muito ocupado,
Ou
talvez seja orgulhoso,
Um
velhinho rancoroso,
Pois
não veio neste ano, nem no ano passado,
Quem
sabe ele é muito nobre,
Não
entra em casa de pobre,
E
nem de um desempregado.
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