segunda-feira, 3 de dezembro de 2012


Uma noite comum

Zero hora vinte e cinco minutos
E alguns segundos.
A noite vestia negro, o céu estava choroso,
Mas não aquele choro de desespero,
Um choro silencioso. As lágrimas Caiam
Sorrateiramente molhando a face da terra.
Lá fora, cachorros latiam, uma moto acelerava
E uma voz feminina murmurava socorro.
Não sei se o frio, as lágrimas celestes ou minha covardia
Impediu que eu abrisse a janela para ver a cena.
Passou alguns minutos. Pool, pool, pool.
A moto continuo acelerando até não se ouvir
Mais o ronco do motor. À noite permaneceu sombria,
O céu chorou mais forte, a mulher parou de murmurar socorro,
 E eu no auge de minha covardia dormi.


Francis Gomes

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