quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013


Vendendo pó na escola

Eu cheguei em uma escola
Montei minha barraquinha
Tinha um guarda me olhando
Eu continuei na minha

Desembrulhei o bagulho
E fui fazendo fileiras
Molecada chega cá
Pode vir pode colar
Que o barato de primeira

E faz viajar geral
Logo na primeira dose
Mas garanto o pó é limpo
Não tem risco de overdose

E parafraseando
O meu amigo Ciríaco
Então  comecei gritando
Parecendo um maníaco:

Vendo pó, vendo pó
Vendo pó, da alegria
Vendo o pó que faz viagem
Vendo o pó da fantasia
Vendo pó, vendo pó
Vendo pó para quem vai
Vendo pó para quem fica
Vendo pó, vendo pó, ai....

O guarda partiu pra cima
Pra dá uma de herói
Me deu uma borrachada
Meu amigo isso dói

E eu tentando explicar
Seu guarda não sou bandido
Por favor, não bata mais
Isso é um mal entendido

Na verdade eu vendo pó
Vendo o pó da alegria
Vendo o pó que faz viagem
Vendo o pó da fantasia

Vendo pó, vendo pó
Vendo pó para quem vai
Vendo pó para quem fica
Vendo pó, vendo pó, ai....
Quanto mais pó eu falava
Mais o guarda me batia.

Quebrou minha barraquinha
Rasgou os meus envelopes
Pensando que encontraria
Ali vários papelotes

Porém ele se enganou
E viu em sua covardia
Que bateu num inocente
Espancou que não devia
Numa loucura completa
Quase matou este poeta
Que só vendia poesia.

Francis Gomes



Nenhum comentário:

Postar um comentário