Antes II

Antes que a voz do silêncio em noites caladas,

e os uivos arrepiantes da solidão

Juntem-se para açoitar-me nas madrugadas,

Preciso matar este imortal amor em meu coração.

Antes que chegue o fim de infinitas estradas,

Onde o infinito é somente do amor à ilusão,

De duas almas que andam de mãos dadas

Sem saber que vos esperam uma separação

Antes que eu sofra como  os apaixonados,

Quando a tristeza corta seus corações,

E eu venha chorar, como os desprezados,

Por se entregarem à simples paixões,

Tornando-se almas e corações quebrados;

Fulgirei para não sofrer do amor as ilusões.

Francis Gomes