domingo, 23 de junho de 2013


Também sou gente
 
 
 
Eu falo sem ter vergonha,
Se não posso ser montanha,
Sou uma pedra no sapato.
Mas eles querem que eu morra,
Seja um atleta e não corra,
Apanhe e fique calado.
 
Eu vejo a morte de perto,
E me dizem que não é certo
Falar da minha desgraça.
Sou tratado como um bicho
Me alimento de lixo,
E durmo em banco de praça.
 
Chamam-me de vagabundo,
Pé inchado, porco imundo...
Por que não vai trabalhar?
Bêbado pela a esquina
Coloca a culpa na sina,
Tem mesmo é que se ferrar...
 
Mas eu vou fazer o que?
Eu nunca aprendi ler,
Trabalho ninguém me dá.
Mas imagine você,
Não tenho nem pra comer,
Como é que eu vou estudar?
 
Escola eu não conheço,
Faculdade eu desconheço...
Só vejo os outros falar,
O que eu passo é desumano,
E os direitos humanos,
A onde diabo ele estar?                                                                                                             
FEBEM de Tatuapé,
Cadeião de Sumaré,
Pode ver ta tudo lá.
Bandidos eles defendem,
Pobres para eles fedem,
É ou não é de lascar?
 
Este é o nosso regime,
Se o homem comete um crime,
Tem o estado para cuidar.
Enquanto é negligente,
Matando o povo inocente
Porque não quer ajudar.
 
E querem que eu me cale,
Morra e nada fale,
Afinal, lixo não fala...
Mas eu sou lixo orgânico,
Daquele que causa pânico,
E a nação se abala.
 
Por isso eu falo, falo e falo...
Morro e não me calo,
Sou mesmo um bicho,
Daqueles que tudo come,
E pra não morrer de fome,
Precisa viver do lixo.
 
Restos de comida, peixes crus,
Disputo com os urubus,
Vira lata, varejeira, em fim,
Onde o dinheiro domina,
O que o homem abomina,
É o que sobra pra mim.
 
Ei, sou pobre, sou desprezado,
Vivo por ai largado,
Sou mais um sobrevivente.
Sei que pareço com um bicho,
Me alimento de lixo,
Mas lembrem, também sou gente.
 
 

Francis Gomes                                                                                                                             

 

 

Almas gêmeas imperfeitas



Não vou dizer que sou o melhor
Nem que sou digno do seu amor
Mas com certeza é a mulher que quero
E tudo que precisa é o que sou

Não vou falar que tenho tudo que quer
Nem que vou apagar tudo que você sofreu
Mas posso afirmar você é tudo o que eu preciso
E o cara que você procura sou eu

Somos almas gêmeas imperfeitas
Mas te completo e você me completa
Nasceste para ser minha musa
Eu para ser teu poeta.

 

Francis Gomes

 

 

sexta-feira, 21 de junho de 2013





Meu Brasil



Sou um cidadão comum
Como muitos, infeliz!
Também não sou um poeta
O pessoal é que diz
Mas por viver revoltado
Com o peito machucado
Vou falar do meu país.

Nunca vi país tão rico
Quanto à pátria Brasileira!
Faz pena muitos políticos
Só sabem fazer besteira.
Por isso nosso lugar
Quem vive a trabalhar
É cachorro sem coleira.

Meu Brasil, eu te pergunto:
De todo meu coração
Sobre esta tua lei
Chamada constituição,
Que só dar direito aos ricos
Como se não existisse
Pobre em tua nação.

Estes teus representantes
Fingem que não me escutam
Falo mas para eles
Minhas palavras são mudas,
Por isso que teu progresso
Está sempre em regresso
É sempre o mesmo e não muda.

Que coisa feia Brasil!
Eu fico indignado.
Os juízes, os ministros
Vereadores, deputados,
Roubam os operários
Aumentam os próprios salários
E não são indiciados.

Meu Brasil tenha certeza
Você precisa mudar
Teus filhos se envergonham
De tanta corrupção que há
E através dos meus escritos
Escuta Brasil meus gritos,
Pois venho te perguntar:

Meu Brasil, por que será,
Que você é deste jeito?
Tudo existe de bom,
Só os ricos têm direitos
A uns tratamentos nobre
Enquanto trata teus pobres
Sem carinho, sem respeito.

Meu Brasil, ver se acorda!
Enfrenta a realidade.
Os pobres também precisam
Viver com dignidade.
Ver se muda e transforma
Tuas leis em uma norma
Que sirva a comunidade.

Desperta pátria criança
De céu azul como anil.
Acorda pequeno jovem
De coração varonil.
Traz a bandeira no peito
Vem defender seus direitos
Nas ruas do meu Brasil.

Esqueça que você é,
Uma pessoa gentil.
Vem mostrar para o mundo
A tua face hostil,
Vem proclamar a verdade
Desmascarar os covardes
Políticos do meu Brasil

Meu Brasil peço desculpa,
Por falar de te ruim
Sei que você não tem culpa
De tudo que fazem a mim.
Mas os teus representantes
Teus políticos ignorantes
Fazem-me pensar assim.

Francis Gomes

quarta-feira, 19 de junho de 2013


A cor que predomina.


O mundo está cheio
De homens de pele branca
E alma negra,
Escravizando senhores
De pele negra e alma branca.
Mas no final
A corda da pele desaparecerá,
E a da alma ficará mais forte,
Isso será determinante.
Porque o mundo julga pela cor da pele,
Mas Deus absorve pela cor da alma.

 Francis Gomes

 

 

segunda-feira, 17 de junho de 2013


Mãe

 Mãe, tu que me ensinastes os primeiros passos
As primeiras palavras, e em teus abraços
Me protegia com a própria vida por amor.
E é este amor que tenho como meta,
Para ver se Deus ilumina este poeta,
Com palavras dignas ao seu louvor

Mãe, tua bravura e virtude é tanta
Que ás vezes até Deus se espanta
Com a grandeza do seu amor.
Eu afirmo e confirmo aqui
Se eu fosse metade de ti
Seria bem melhor do que sou

Mãe, perdoa a mim e os versos que componho,
Porque o conhecimento que disponho
É insuficiente para falar de você,
E por mais que Deus inspire a mim
Quando este poema chegar ao fim
Ainda haverá muito que dizer.
 
Francis Gomes

domingo, 16 de junho de 2013

Arraiar em mim


Meu coração
Está como uma fogueira acesa
Em noite de São João,
Queimando em chamas
Ardendo em brasas
De tanto desejo.
As labaredas da paixão
Faz meu sangue ferver,
Aquecendo meus sentimentos
Fazendo borbulhas de amor,
Que explodem dentro do peito
Como fogos de artifícios.

Viva São João,
Viva São Pedro,
Viva Santo Antonio
O santo casamenteiro.
Grita meu coração
Batendo nas paredes do peito,
Alegre, pulando,
Como quem dança quadrilha
Embriagado de amor.

Anarriê, balancê, travessê,
Trancê, shaqualhê.
Eita que este coração ta doido,
E no trançar do passo,
Não marca compasso
Trupicando nos próprios pés,
Tá igual trem cuspindo fumaça
Soltando fogo pelas ventas,
Ou coração vadio só inventa.
E continua, a pular, gritar
Salve o arraiar,
Que quero é  amar,
Mas Deus me livre de casar.


Francis Gomes

quinta-feira, 13 de junho de 2013

novinho em folha ainda tá quente


As multifaces do amor

 
O amor é uma semente
Doidinho pra germinar
É um mistério vadio
Querendo se revelar
 
Nasce em qualquer estação
A qualquer hora e lugar
Apesar de ser oculto
Qualquer um pode encontrar

 Mas, é uma faca de dois gumes
Difícil de entender
Um sofre por ter de mais
Outro sofre por não ter
 
É sonso e tem duas faces
Só não tem dois corações
E ainda faz um único corpo
Sentir várias sensações

 Anda junto com a amizade
Quando é pra frente é pódio,
Mas se recuar um pouco
Pode esbarrar no ódio

O amor é uma ponte
Na fronteira do sentimento
De um lado a felicidade
Do outro o sofrimento
 
É como fases da lua,
Nova crescente e cheia
Mas quando fica minguante
É que a coisa fica feia

O pior é que não tem
Muito o que fazer
Não você que o escolhe
Ele escolhe você
Só restam duas opções
É ser feliz ou sofrer.


 

Francis Gomes

quarta-feira, 12 de junho de 2013

PARA QUEM ENCOTROU SE GRANDE AMOR E PARA QEUEM AINDA VAI ENCONTRAR


Ser sozinho

como é triste ser sozinho 
Andarilho sem amor,
Uma estrela solitária,
Que não dá seu resplendor,
É como um corpo sem alma,
Um espírito sem senhor.

Forasteiro sem ter casa
Fugitivo sem razão,
Implorando ao vento um beijo
E um carinho à solidão,
Suplicando à noite um sonho,
E ao sonho uma paixão.
 
Sem parentes, sem amigos...
Sem ninguém a te esperar,
Sem um olhar, um sorriso,
Sem alguém pra te abraçar.

 Mas é bom ter esperança,
Sempre alcança o que espera.
Vai à luta não desiste,
Quem persiste prospera,
Hoje já não sou tão triste,
Nem sozinho como eu era.

 O destino como prêmio,
Te botou em meu caminho,
Já não sou tão solitário,
E nem ando tão sozinho,
Nem meu coração murmura,
Mendigando um carinho.

Nunca mais serei sozinho
Nem jamais serás sozinha,
Serei eu, o que te faltava,
Tu serás o que eu não tinha,
Eu serei metade teu,
Tu serás metade minha.

Francis Gomes

domingo, 9 de junho de 2013

A verdadeira vida


Quem vive nesta vida e não sonha,
E quando sonha é acordado,
Vive no mundo e não ama
Às vezes ama, e não é amado,
Foge da verdade e não ver,
Joga a realidade de lado,

Quem vive no mundo e não luta
Sempre tem tudo nas mãos,
Não sabe o que é perder
Ou vencer com emoção,
Juga-se superior,
Mesmo sendo inferior
Diante de seu irmão!

Não sabe nada da vida
Tem muito que aprender,
Quem vive, luta e consegue
Nem sempre paga pra ter,
Melhor é perder lutando
Do que pagar pra vencer.


 Francis Gomes


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Brasas da saudade
 
 
Junho, mês de fogueiras, balão.
De dançar quadrilha,
Homenagear São Pedro, São João,
Do santo casamenteiro, Santo Antonio,
E da tradicional festa de Barbalha,
Do pau da bandeira, do pau de sebo.
Brincar de caretas.
Assar milho, batata doce na fogueira,
Beber quentão,
Comer arroz doce,
De ser compadre, e comadre,
De padrinhos e afilhados.
De namorar em volta da fogueira,
Pedi a bênção do santo casamenteiro.
E eu aqui distante de minha terra,
Meu coração pula,
Batendo nas paredes do meu peito
Como um cavalo preso,
Tentando quebras as cancelas da distancia
Para sair em disparada,
Para junto do meu povo
E na minha terra,
Fazer valer a pena nossas tradições e costumes.
Mas só me resta à saudade,
A me chicotear, e cortar dentro de mim
Com navalhas afiadas.
E é por isso que ele me tortura
Cantando dia e noite, noite e dia,
Com uma goteira em note de chuva.
 
Se a saudade matasse este caipira
Que deixou sua terra há tantos meses
Apesar de morte ser só uma
Eu teria morrido muitas vezes
 
Mas a saudade não mata só machuca
E a gente fica sem saber o que se faz
Tento esquecer para ver se diminui
Isto só serve pra saudade aumentar mais
 
Sufoca o peito me dá um nó na garganta
É um negócio esquisito por demais
Pois não há nada mais triste neste mundo
Que ser sozinho e viver longe dos pais
 
Então eu penso que maldita foi à hora
Que iludido eu deixei meu pé de serra
Me aventurando buscando a felicidade
Pra viver triste e infeliz em outra terra.
 Francis Gomes